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sexta-feira, 8 de julho de 2022

A Escrípta Prehístorica do Brasil (Ensaio de Interpretação) Biblioteca de Divulgação Scientifica - Alfredo BrandãoConheça alguns dos terreiros da Raiz de Guiné:

65 - A Escrípta Prehístorica do Brasil (Ensaio de Interpretação) Biblioteca de Divulgação Scientifica - Alfredo Brandão
Conheça alguns dos terreiros da Raiz de Guiné:
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Modo de ler as inscrições. Direção dos signos. O boustrophedon. Decifração de algumas inscrições. Inscrições da Pedra Lavrada, na Paraíba. Inscrições dos rochedos de Viçosa, em Alagoas

Qual é a direção da escrita pré-histórica do Brasil? Lê-se da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, de cima para baixo ou de baixo para cima?

Verificamos não só a existência de qualquer um desses gêneros, mas ainda o conjunto de todas as direções na mesma inscrição, formando o que os paleógrafos denominam Boustrophedon, porque nesse caso, a escrita afeta a forma do sulco deixado na terra pelo arado arrastado pelo boi. Vê-se ainda o sistema dos caracteres isolados e disseminados sem ordem, parecendo ser obra de diferentes autores, feita em diferentes épocas.

Esse último modo é especial e característico do sistema mnemônico e assim, cada signo, como simples despertador da memória, pode-se encontrar ao lado de outros signos sem ter com eles a menor conexão.

É o que se nota, por exemplo, nas inscrições da Pedra Lavrada, de Retumba. Aqui, um signo ou um grupo de signos, parece relembrar fatos independentes um dos outros.

Portanto, neste caso, não se trata de uma verdadeira inscrição no sentido rigoroso da palavra; seria antes um registro de noções e narrativas, parecendo que esses caracteres têm uma origem variável no tempo e que foram obra não de um só individuo, mas de muitos e em épocas diversas.

O sistema boustrophedon encontra-se nas inscrições do Padre Correia Telles e nas dos rochedos de Viçosa, ao lado do tipo isolado.

Nota-se nessas inscrições que às vezes elas começam da direita para a esquerda, depois sobem e dirigem-se da esquerda para a direita. Outras começam de cima para baixo, dão uma volta ou uma curva e descem. Em alguns casos, descrevem verdadeiras espirais. A direção dos caracteres pode ser perfeitamente orientada quando nelas figuram seres animados ou então setas e pontas de lança.

Quando aparecem seres animados, em regra geral, são de perfil. Muitas das inscrições do Padre Telles oferecem uma grande semelhança com as dos ridjins da Síria, copiadas pelo marques de Vouguê. Aliás, todos esses diversos tipos de direção são peculiares a quase todas as escritas primitivas. Os sumérios, em idades remotíssimas, usavam o sistema isolado, depois, adotaram o sistema linear, lido de baixo para cima; depois, horizontalizando essas linhas, deram a direção da esquerda para a direita, sistema este que entre os semíticos, e notavelmente entre os liebreus, transformou-se em da direita para a esquerda, direção que os gregos, logo seguidos pelos latinos, voltaram a. transformar da esquerda para a direita. Este ultimo gênero também se encontra entre os pré-históricos brasileiros. As inscrições da cidade abandonada da Bahia já têm essa direção.

DECIFRAÇÃO DE ALGUMAS INSCRIÇÕES
A interpretação que aqui vamos dar é imperfeita, somos os primeiros a reconhecer. O nosso trabalho não passa de um simples tactear, onde aliás, até hoje, tudo ainda é escuro.

Como quer que seja, todas essas novas canceiras poderão projetar alguma restea de luz a futuros interpretadores.

Decifração das inscrições da povoação abandonada da Bahia
Começaremos por essas inscrições que nos pareceram menos difíceis, visto constarem dos três sistemas: o mnemônico, o ideográfico e o fonético.
Inscrição I
N.° 1 — pessoa ou nome próprio, o Cara, o Karahyba, Karahy.
N.° 2 — signo de mbú ou mbó — a cobra, a grande serpente do espaço, a fita de fogo, a geradora. Por extensão este signo significa também o senhor, o chefe, o rei (alusão ao fato da grande serpente do espaço dar ideia de força e poder). Deve-se ler com atenção o estudo que fizemos nas páginas anteriores sobre os diversos signos. 
N.° 3 — é beita, a pedra atravessada ou a pedra fecundada, formando um elemento fonético — o bra, a terra. 
N.° 4 — é uma modificação do signo zig, representando aqui um elemento fonético com o som de z.
N.° 5 — este signo muito idêntico ao 58 é, porém, um aglomerado do signo 5, é um il duplo indicando plural, figurando aqui como elemento fonético. Portanto a inscrição, que como se vê, tem algo de ideográfico e de fonético, poderá ser traduzida do seguinte modo: Karahy é o chefe (ou rei) da terra dos brasis ou simplesmente dos brasis.

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