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quinta-feira, 30 de junho de 2022

Depois a Morte - Léon Denis

DEPOIS DA MORTE - Léon Denis – pags.: 51 á 53

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A GRÉCIA 1ª Parte
 Entre os povos iniciadores, não há nenhum outro cuja missão se manifeste com maior brilho do que a dos povos da Hélade. A Grécia iniciou a Europa em todos os esplendores do Belo. É da sua mão aberta que saiu a civilização e seu gênio, há vinte séculos de distância, irradia ainda sobre nosso país. Por isso, apesar das suas dilacerações, suas lutas intestinas, apesar da sua queda final, permaneceu como objeto de admiração para todas as idades.

A Grécia soube traduzir em linguagem clara as belezas obscuras da sabedoria oriental. Primeiramente, exprimiu-as com a ajuda dessas duas harmonias celestes que humanizou: a música e a poesia. Orfeu e Homero, os primeiros, fizeram ouvir os sotaques à terra encantadora.

Mais tarde, esse ritmo, essa harmonia que o gênio nascente da Grécia introduzira na palavra e no canto, Pitágoras, o iniciado dos templos egípcios, reconheceu-os em toda parte no Universo, na marcha dos globos que se movem, futuras moradias da Humanidade, no seio dos Espaços; na relação dos três mundos, natural, humano e divino, que se sustentam, se equilibram e se completam, para produzir a vida. Dessa visão formidável gotejava para ele a ideia de um tríplice iniciação, pela qual o homem, instruído nos princípios eternos, aprendia, depurando-se, para libertar-se dos males terrestres e para elevar-se à perfeição. Daí, todo um sistema de educação e de reforma, no qual Pitágoras deixou seu nome e que produziu tantos sábios e grandes homens.

Enfim, Sócrates e Platão, popularizando os mesmos princípios, estendendo-os num círculo mais vasto inauguraram o reino da ciência aberta, vindo a substituir o ensino
secreto.

Assim foi o papel da Grécia na história do desenvolvimento do pensamento. Em todas as épocas, a iniciação exerceu uma influência capital sobre os destinos desse país.

Não é nas flutuações políticas que agitaram essa raça móvel e impressionável, que é preciso procurar as mais altas manifestações do gênio helênico. Esse não tinha seu foco nem na sombria e brutal Esparta, nem na brilhante e frívola Atenas, mas muito mais em Delfos, em Olímpia, em Elêusis, refúgios sagrados da pura doutrina. Ele aí se revelava em todo seu poder pela celebração dos mistérios. Ali, pensadores, poetas e artistas vinham recolher o ensino oculto, que traduziam, em seguida, à multidão em imagens vivas e em versos inflamados.

Acima das cidades turbulentas, sempre prontas a se dilacerarem, acima das forças mutantes da política, passando, alternadamente, da aristocracia à democracia e ao reino dos tiranos, um poder supremo dominava a Grécia, o tribunal dos Amfictions, que se situava em Delfos e se compunha dos iniciados de grau superior. Só ele salvou a Hélade nas horas de perigo, impondo silêncio às rivalidades de Esparta e de Atenas.

Já no tempo de Orfeu, os templos possuíam a ciência secreta:
“Ouve, dizia o senhor ao neófito, ouve as verdades que é preciso calar à multidão e que fazem a força dos santuários.

Deus é um e sempre semelhante a si mesmo. Mas os deuses são inumeráveis e diversos; pois a Divindade é eterna e infinita. As maiores são as almas dos astros, etc.”

“Tu entrastes com o coração puro no seio dos mistérios.

A hora solene chegou em que vou fazer-te penetrar nas fontes da vida e da luz. Aqueles que não levantaram o véu denso, que esconde aos olhos dos homens as maravilhas invisíveis, não se tornaram filhos dos deuses.”

Aos místicos e aos iniciados:
“Vinde regozijar-vos, vós que sofrestes; vinde repousar, vós que lutastes pelos vossos sofrimentos passados, pelo esforço que vos conduz, vós vencereis, e, se acreditardes nas divinas palavras, vós já tereis vencido. Pois, após o longo circuito das existências tenebrosas, saireis, enfim, do círculo doloroso das gerações e vos encontrareis todos como uma só alma na luz de Dionísio. (Segundo a expressão de Pitágoras, Apolo e Dionísio são duas revelações do Verbo de Deus, que se manifestam eternamente no mundo. (N.A.)

“Amai, pois tudo ama. Porém amai a luz e não as trevas.

Lembrai-vos do objetivo durante a viagem. Quando as almas retornam para a luz, trazem, como manchas hediondas sobre seu corpo etéreo, todas as falhas de sua vida... E, para apagá-las, é preciso que expiem e retornem à Terra... Os puros, porém, os fortes se vão para o sol de Dionísio.”

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